Segundo a Association of American Publishers (entidade do setor nos EUA), as vendas de e-books (livros eletrônicos, que podem ser lidos em e-readers, tablets, PCs ou smartphones) caíram cerca de 11% nos primeiros nove meses de 2015, em relação a igual período de 2014.
Essa retração deriva, em parte, das disputas entre as editoras e a gigante de vendas on-line Amazon.
Quando, há cerca de dois anos, as editoras conseguiram a possibilidade de fixar os preços de seus próprios e-books, muitas começaram a cobrar mais, e isso deu competitividade aos antigos livros impressos.
As vendas eletrônicas ainda crescem, mas perdem fôlego. "O Brasil tem um crescimento que já alcançou 30% há alguns anos, depois ficou em 20%, caiu para 12%", diz.
A Amazon, que domina esse mercado, não abre seus números no país, mas estudos da empresa de pesquisa e consultoria Euromonitor, com base no indicador de vendas dos e-readers (os aparelhos para a leitura digital), vislumbram um freio por aqui também.
A previsão da consultoria é que, em 2020, elas devem voltar ao patamar de US$ 1,1 milhão.
Na Europa e nos Estados Unidos, essa tendência de estagnação na indústria do livro eletrônico já ficou evidente.
"Os livros digitais e os e-readers foram grandes promessas quando chegaram ao mercado, mas a dificuldade em negociar os direitos do conteúdo prejudica as perspectivas globalmente", diz Loo Wee Teck, diretor da Euromonitor International.